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segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
Descoberta de proteína mutante aumenta chance de se curar leucemia
Esperança para crianças e adolescentes com um dos tipos mais agressivos da leucemia. A boa notícia vem do interior de São Paulo. Os pesquisadores descobriram uma célula que tem uma reação, a qual os pesquisadores querem conhecer, com isso, desenvolver remédios que funcionam melhor no tratamento.
Rafael tem 2 anos e meio. Está no fim do tratamento contra a leucemia mas os pais ainda não estão tranquilos. “Preocupa muito sobre o que vai ser do futuro. A gente sabe que hoje ele não é mais uma criança doente, mas não sabemos até quando”, diz Tatiana Costa, mãe do Rafael.
A segurança que ele precisa pode estar em um laboratório. Ao analisar o sangue de pacientes com leucemia do tipo linfóide aguda, pesquisadores do Centro Boldrini de Campinas descobriram a mutação de uma substância apontada como uma das causas da doença.
No corpo humano existem várias proteínas na superfície das células. Em pessoas saudáveis, uma delas, chamada IL7R, estimula o desenvolvimento de moléculas que ativam o núcleo das células, fundamentais para nosso desenvolvimento. A descoberta mostra que, na pessoa com leucemia, essa proteína transformada provoca a multiplicação desordenada das moléculas. “A gente encontrou uma mutação em um gene que causa hiperativação daquela célula. Ela fica proliferando e não para nunca”, explica José Andrés Yunes, pesquisador do Centro Boldrini.
A pesquisa levou cinco anos para ser concluída e envolveu estudos na Holanda, Portugal, Estados Unidos e Brasil. Cerca de 200 crianças foram analisadas. “Essa mutação por si só não é responsável pelo câncer, mas o que nós identificamos é que ela pode estar ajudando ao surgimento da leucemia”, afirma a bióloga Priscila Zenatti.
A leucemia do tipo linfóide aguda é a forma mais comum de câncer entre crianças. atingindo um terço dos pacientes. Com a descoberta dessa proteína mutante, vai ser possível monitorar o tratamento dos doentes de forma mais precisa, o que aumenta as chances de cura. “A longo prazo, nós estamos tentando desenvolver anticorpos que reconhecem especificamente células portadoras da mutação de forma a minimizar os efeitos colaterais causados pela quimioterapia que reconhece de forma generalizada tanto as células doentes quanto as células normais”, acrescenta a bióloga Priscila Zenatti.
Aos 16 anos, Rangel está curado de uma leucemia, mas a cada três meses retorna ao hospital para ter certeza do diagnóstico. Para a mãe, a pesquisa pode reduzir o sofrimento de outras famílias. “É uma esperança muito grande para quem vai passar o que eu já passei com meu filho”, diz a mãe de Rangel.
“A esperança é grande ferramenta que os pais que a criança e nós, médicos, temos para enfrentar a questão da leucemia”, afirma Silva Brandalise, diretora do Centro Boldrini.
A expectativa é que a descoberta ajude a criar um novo medicamento para a doença em até cinco anos.
Texto retirado do site G1.
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